Paris, 28 de outubro de 1985
Litlle darling,
dói fundo esses teus silêncios febris, tuas fugas inúteis para longe de mim. Ouça, nada peço além de me deixar viver ao teu lado, cuidar de teu coração doente e limpar tua mente cansada. Dói te observar perdida e desesperada entre esses caminhos perigosos da vida. Dói mais ainda esse teu orgulho, esse teu espírito mundano e sujo que não perdoa meus erros.
Vê-te, querida, estou cá perdida entre franceses de todas as espécies, antes do Natal espero voltar para o Brasil, saudade louca desse país doente. Mais saudade ainda de ti, minha pequena. Vendi meu apartamento, meu carro e minhas jóias. Levo para ti um presente, para que possa me perdoar. Levo também, onde quer que eu vá uma foto tua. Foto que tirei na primavera de 67, aquele jardim famoso lá de New York. Naquele mesmo jardim que nos vimos pela última vez em 72. Como sinto tua falta, minha morena tropicalista!
Espero que esteja te alimentando bem, Joey me disse que anda magra, com enormes olheiras, sem brilho. Cadê as purpurinas, my angel? Where's it? Lembra-te, só és feliz ao meu lado. Meu coração só pulsa firme ao lado do teu.
Deixa-me cuidar de tuas marcas, dar-te novas asas. Deixa-me, não me deixe aqui, nesse continente lindo e triste. Todas as manhãs, ao ser desperta pelo sol, repito 4 vezes: "respira, little darling, respira, paciência e logo estarei aí". Para lhe enviar força e muito axé.
Fica bem e cheia de luz, e lembre de respirar profundamente, little darling, respire.
Nunca duvide do meu amor por ti,
Da sempre tua,
Europeia tropicalista
dói fundo esses teus silêncios febris, tuas fugas inúteis para longe de mim. Ouça, nada peço além de me deixar viver ao teu lado, cuidar de teu coração doente e limpar tua mente cansada. Dói te observar perdida e desesperada entre esses caminhos perigosos da vida. Dói mais ainda esse teu orgulho, esse teu espírito mundano e sujo que não perdoa meus erros.
Vê-te, querida, estou cá perdida entre franceses de todas as espécies, antes do Natal espero voltar para o Brasil, saudade louca desse país doente. Mais saudade ainda de ti, minha pequena. Vendi meu apartamento, meu carro e minhas jóias. Levo para ti um presente, para que possa me perdoar. Levo também, onde quer que eu vá uma foto tua. Foto que tirei na primavera de 67, aquele jardim famoso lá de New York. Naquele mesmo jardim que nos vimos pela última vez em 72. Como sinto tua falta, minha morena tropicalista!
Espero que esteja te alimentando bem, Joey me disse que anda magra, com enormes olheiras, sem brilho. Cadê as purpurinas, my angel? Where's it? Lembra-te, só és feliz ao meu lado. Meu coração só pulsa firme ao lado do teu.
Deixa-me cuidar de tuas marcas, dar-te novas asas. Deixa-me, não me deixe aqui, nesse continente lindo e triste. Todas as manhãs, ao ser desperta pelo sol, repito 4 vezes: "respira, little darling, respira, paciência e logo estarei aí". Para lhe enviar força e muito axé.
Fica bem e cheia de luz, e lembre de respirar profundamente, little darling, respire.
Nunca duvide do meu amor por ti,
Da sempre tua,
Europeia tropicalista